quarta-feira, 6 de julho de 2016

Grécia


O QUE FOI A GRÉCIA:




Mapa da Grécia:







Expansão do povo grego (diáspora):


Por volta dos séculos VII a.C e V a.C. acontecem várias migrações de povos gregos a vários pontos do Mar Mediterrâneo, como consequência do grande crescimento populacional, dos conflitos internos e da necessidade de novos territórios para a prática da agricultura. Na região da Trácia, os gregos fundam colônias, na parte sul da Península Itálica e na região da Ásia Menor (Turquia atual). Os conflitos e desentendimentos entre as colônias da Ásia Menor e o Império Persa ocasiona as famosas Guerras Médicas (492 a.C. a 448 a.C.), onde os gregos saem vitoriosos.


Esparta e Atenas envolvem-se na Guerra do Peloponeso (431 a.C. a 404 a.C.), vencida por Esparta. No ano de 359 a.C., as pólis gregas são dominadas e controladas pelos Macedônios.




Economia da Grécia Antiga :


A economia dos gregos baseava-se no cultivo de oliveiras, trigo e vinhedos. O artesanato grego, com destaque para a cerâmica, teve grande a aceitação no Mar Mediterrâneo. As ânforas gregas transportavam vinhos, azeites e perfumes para os quatro cantos da península. Com o comércio marítimo os gregos alcançaram grande desenvolvimento, chegando até mesmo a cunhar moedas de metal. Os escravos, devedores ou prisioneiros de guerras foram utilizados como mão-de-obra na Grécia. Cada cidade-estado tinha sua própria forma político-administrativa, organização social e deuses protetores.



Cultura e religião:


Foi na Grécia Antiga, na cidade de Olímpia, que surgiram os Jogos Olímpicos em homenagem aos deuses. Os gregos também desenvolveram uma rica mitologia. Até os dias de hoje a mitologia grega é referência para estudos e livros. A filosofia também atingiu um desenvolvimento surpreendente, principalmente em Atenas, no século V ( Período Clássico da Grécia). Platão e Sócrates são os filósofos mais conhecidos deste período.



A dramaturgia grega também pode ser destacada. Quase todas as cidades gregas possuíam anfiteatros, onde os atores apresentavam peças dramáticas ou comédias, usando máscaras. Poesia, a história , artes plásticas e a arquitetura foram muito importantes na cultura grega.



A religião politeísta grega era marcada por uma forte marca humanista. Os deuses possuíam características humanas e de deuses. Os heróis gregos (semideuses) eram os filhos de deuses com mortais. Zeus, deus dos deuses, comandava todos os demais do topo do monte Olimpo. Podemos destacar outros deuses gregos : Atena (deusa das artes), Apolo (deus do Sol), Ártemis (deusa da caça e protetora das cidades), Afrodite (deusa do amor, do sexo e da beleza corporal), Deméter (deusa das colheitas), Hermes (mensageiro dos deuses) entre outros. A mitologia grega também era muito importante na vida desta civilização, pois através dos mitos e lendas os gregos transmitiam mensagens e ensinamentos importantes.
Os gregos costumavam também consultar os deuses no oráculo de Delfos. Acreditavam que neste local sagrado, os deuses ficavam orientando sobre questões importantes da vida cotidiana e desvendando os fatos que poderiam acontecer no futuro.
Na arquitetura, os gregos ergueram palácios, templos e acrópoles de mármore no topo de montanhas. As decisões políticas, principalmente em Atenas, cidade onde surgiu a democracia grega, eram tomadas na Ágora (espaço público de debate político).


Aconteceu na História da Grécia:

- Em 776 a.C tem início os Primeiros Jogos Olímpicos da história, realizados na cidade grega de Olímpia.


- Em 594 a.C., o legislador grego Sólon dá início a uma ampla reforma política, econômica e social em Atenas.


- Em 490 a.C, os gregos vencem os persas na batalha de Maratona, no contexto das Guerra Médicas.

- Em 478 a.C, Atenas implementa a Liga de Delos (aliança militar grega) para combater os persas durante as Guerras Médicas.


Período Clássico:



O Período Clássico da História Grega ( VI - IV a. C.) é normalmente denominado "Período das Hegemonias", na prática foi o período em que desenvolveu-se o imperialismo das duas maiores cidades gregas; primeiro Atenas, depois Esparta.

A ASCENSÃO DE ATENAS:
Desde o século VII a. C. Atenas conheceu grande desenvolvimento econômico, ampliando suas relações comerciais a partir do Porto do Pireu, e a escravidão na produção agrícola. Como consequência a luta de classes tornou-se mais acirrada, forçando mudanças políticas, que determinaram a perda do monopólio político pela aristocracia; até a criação da democracia, que beneficiou as camadas populares, mas em especial os mercadores, pequenos proprietários e artesãos.


Sólon:

A manutenção da escravidão na cidade foi fundamental tanto para o desenvolvimento da economia, como para a consolidação da democracia, possibilitando uma situação política mais equilibrada, na medida em que as camadas populares tiveram algumas de suas reivindicações atendidas. Ao preservar o trabalho escravo, a elite econômica tinha grande disponibilidade de seu tempo para participar das Assembléias e das demais atividades políticas. Na estrutura política, a democracia criou uma nova arma: o ostracismo.

Outro fator fundamental para o desenvolvimento de Atenas foi sua liderança na guerra contra os persas, comandando a Confederação de Delos desde 478 a.C. Na verdade foi durante as Guerras Médicas que constituiu-se o imperialismo da cidade, que havia sido a primeira a lutar contra o expansionismo persa e foi responsável por promover a grande aliança das cidades gregas. Em princípio a Confederação de Delos era uma aliança militar, onde as cidades participantes forneceriam soldados, mantimentos e riquezas, formando o "Tesouro de Delos". A liderança militar ateniense e o controle sobre as riquezas destinadas à guerra, aumentou a produção na cidade, gerou empregos, equilibrou a economia e desta forma criou condições de impor seu domínio à demais cidades gregas, situação vista como necessária para manter o desenvolvimento até então alcançado

O SÉCULO DE PÉRICLES:
Péricles governou Atenas durante trinta anos (461 - 431 a.C.). Representava o Partido Popular e tornou-se ardoroso defensor da democracia escravista.



Péricles:


Durante seu governo instituiu a remuneração para os ocupantes de cargos públicos, assim como para marinheiros e soldados, realizou várias obras gerando empregos e estimulou o desenvolvimento intelectual e artístico, principalmente o teatro, marcado pelo antropocentrismo, característica fundamental da cultura grega, em suas tragédias ou comédias a preocupação era retratar a vida humana, buscando compreender tudo o que cercava o ser humano, na sua história e em seu cotidiano.

Todo o desenvolvimento da cidade estava baseado na exploração do trabalho escravo e no expansionismo sobre as demais cidades gregas, obrigando-as a manter a Confederação de Delos, mesmo após o final da guerra (448 a.C.), quando os persas já haviam sido derrotados.


A postura imperialista ateniense serviria ao ideal pan-henístico defendido por Péricles. Para o líder ateniense, as cidades deveriam se reunir em um congresso para tratar de assuntos comuns, como a reconstrução de templos ou o combate à pirataria. No entanto esse ideal não foi concretizado, pois as intensas lutas existentes serviram para reforçar a histórica separação das cidades, culminando com a Guerra do Peloponeso, envolvendo praticamente todas as cidades gregas, polarizadas entre Atenas e Esparta.



Democracia e Direito :

A democracia grega possuía duas características de grande importância para o futuro da filosofia. Em primeiro lugar, a democracia afirmava a igualdade de todos os homens adultos perante as leis e o direito de todos de participar diretamente do governo da cidade, da polis. Em segundo lugar, e como conseqüência, a democracia, sendo direta e não por eleição de representantes no governo, garantia a todos a participação no governo e os que dele participavam tinham direito de exprimir, discutir e defender em público suas opiniões sobre as decisões que a cidade deveria tomar. Surgia assim, a figura do cidadão". (CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia, p. 36).

Contudo, é bom lembrarmos que as opiniões, não eram simplesmente jogadas às assembléias e aceitas por elas, era necessário que o cidadão além de opinar, falar, deveria também buscar persuadir a assembléia, daí o surgimento de profundas mudanças na educação grega, pois antes da democracia as famílias aristocratas eram donas não só da terra como também do poder. A educação possuía um padrão criado por essas famílias que era baseado nos dois poetas gregos Homero e Hesíodo que afirmava que o homem ideal era o guerreiro belo e bom.

O primeiro a falar em uma lei natural e eterna, reguladora de todo o Universo, foi Heráclito de Éfeso, filósofo do eterno devir. Acreditava o filósofo que o universo moral, distinto do universo material, seria regido por uma razão ordenadora, cuja regra básica seria obedecer à uma “lei divina comum a todos”. Deve-se ressaltar que tal concepção do Direito Natural esconde um pensamento aristocrático que visava manter a ordem vigente nas Polis gregas.

Os três grandes filósofos da Antigüidade, Sócrates, Platão e Aristóteles, em momento algum contestaram o regime de escravidão existente nas Polis. Como conseqüência do orgulho grego em relação às suas instituições, acreditavam eles que as leis deveriam manter o status quo na sociedade. Assim, todos deveriam conformar-se com sua condição de nascimento, profissão ou classe social.

Essa hipocrisia somente foi abalada com o surgimento dos sofistas. Oriundos geralmente de fora, estes denunciavam a injustiça do Estado grego, provocando reações ferozes dos filósofos, principalmente de Sócrates e Platão, que acreditavam ser as leis das instituições gregas perfeitas e, conseqüentemente, naturais. Ao alertarem para a injustiça das leis gregas, os sofistas declararam haver leis verdadeiramente naturais e que estas se oporiam às leis gregas (positivas). Lançaram três postulados que, a partir de então, sempre voltariam à tona:

As leis são criações artificiais e servem aos interesses da classe dominante, e, portanto, só o que se baseia na ética e na lei natural é moral e justo; que a idéia de que são livres e iguais por natureza os seres humanos e em conseqüência, maior que a Polis ; que o Estado é uma realidade que se origina de uma decisão humana, de um contrato, e não de um imperativo da natureza.

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